Cheguei a uma altura em que não faço grandes fretes. O tempo que tenho passo-o apenas com pessoas de quem gosto e fazer algo que seja aprazível, mesmo que isso signifique fazer coisa nenhuma. O chamado "tempo de qualidade". Dolce Fare Niente.
Mas na nossa vida vamos sempre conhecendo pessoas. Os amigos dos amigos, os colegas de trabalho, uma "nova" família, and so on. Alguns caem em graça, outros são apenas engraçados. Uns caem-nos no goto, outros... nem por isso. Depois há aqueles com os quais temos de levar, porque as circunstâncias de trabalho ou familiares assim o obrigam.
Imaginem-se ter de privar com alguém que para se poder enaltecer nas suas (poucas) qualidades tem gosto em fazer mostrar os nossos defeitos, mesmo os mais insignificantes. Do género: "estás mais gorda, não estás?" só porque emagreceu x kilos por que anda no afamado Póvoas, ou um "estás com a pele escamada" só porque fez há poucos dias uma limpeza fantástica no SPA XPTO, ou ainda "esse corte de cabelo fica-te mal. Devias esticar o cabelo" (posso gostar dos meus caracois?!).
E ainda... questionar tudo o que se diz: "mas o quê?, "mas quem?, "mas quando?", só para se incluir em todas as conversas que existam em paralelo.
Cada vez faço menos fretes. Mas tenho cada vez mais paciência... diga-se.
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